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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Lista dos militares embarcados no Vera Cruz - 12/07/69

Atenção: clicar sobre a folha para visualizar em tamanho grande)
Vamos passar a publicar ( folha a folha) no Blog das Moradas a Listagem do pessoal embarcado no Vera Cruz, na nossa ida para Angola a 12 de Julho de 1969

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Angola - 1963-1965 - Pelotão de Apoio Directo 921

Aqui fica a mensagem recebida do nosso companheiro do PAD 921 - Belmiro Rocha.
Que tiver contactos com alguem deste PAD, faça o favor de entrar em contacto com
belmirorocha@sapo.pt ou com zauevua@hotmail.com

"Amigo Brás
Boa saúde são os meus votos.
Pediram-me este apoio, como sabe o meu PAD 921 esteve em 1963/65, se souber de algum contacto que possa ser útil, será benvindo.
Um abraço
Belmiro Rocha pad921 (Estou a completar o Blog) pad921.blogspot"

domingo, 25 de maio de 2008

Angola - Ambrizete 1972 a 1974

Trancrevemos a mensagem abaixo, recebida de Ambrizete.


"Adriano Junior (adrianocjunior@yahoo.com)

sexta-feira, 23 de maio de 2008 1:17:56

Estimados amigos,

Faco votos para que esteja tudo bem convosco, aqui por Angola esta tudo bem gracas a Deus.

Gostaria que pudessem ajudar um amigo e conterraneo meu (natural do Ambrizete) que pretende reencontrar o pai, um ex-militar do Exercito Portugues alferes? que prestou servico no Ambrizete na Intendencia? ou no PAD? entre 1972 e 1974? e que segundo o filho se chama Domingos Nicolau.

A mae deste rapaz (Antonio Nicolau), chamava-se Berta e era uma das mocas que acompanhava a Gingongo e outras mocas amigas dos militares portugueses.

Segundo o Antonio, o pai foi castigado e transferido para Nova Lisboa, por ter abatido varios elefantes de uma so vez, proximo do Ambrizete.

Se tiverem tiverem alguma informacao sobre a localizacao ou o local de nascimento deste ex-oficial portugues, agradeco que ajudem o Antonio (Toni) a encontrar o pai, porque o rapaz esta bem de vida e quer apenas conhecer o pai e as 2 irmas que ja existiam do casamento do pai com a sua esposa portuguesa.

Agradeco que procurem junto dos varios amigos que cumpriram servico militar no Ambrizete durante este periodo, se alguem se lembra deste ex-oficial e se podem facultar mais informacao sobre o mesmo.

Saudacoes do Ambrizete, um abraco.

Adriano Carvalho"

Confraternização de 2008

Zau Evua - Angola - Bcac 2877




quinta-feira, 22 de maio de 2008

Feriados na Guerra de África

Ao que se saiba, as guerras dispensam os feriados.
Na Grécia antiga, havia pausas na guerra, nas guerras, para se celebrarem as Olimpíadas.
Os feriados, servem para, em nome de uma comemoração, qualquer que seja, notar uma data, um acontecimento marcante na vida dos povos.
Em Àfrica, ao tempo, o acontecimento relevante era a Guerra.
Essa comemorava-se todos os dias, a toda a hora, em todo o momento.
O hábito da guerra, predispunha em certos momentos ao seu esquecimento.
Mas ela estava lá.
Vivia agarrada ao cheiro do oleo de lubrificar as armas, ao odor acre da pólvora das munições, ao sentir do suor frio ou quente, dos momentos que cada um de nós foi vivendo.
O feriado era esquecido, naturalmente.
Quanto muito serviria, para marcar nas réguas dos calendários, alguma recordação, uma meta a atingir, afinal, uma camuflagem psicológia no sentido de minimizar o sentir do tempo de passagem entre datas com algum significado para cada um de nós.
Nas guerras não há feriados.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Historias da Guerra de Africa

A minha guerra

No Correio da Manhã

Não desertei! Saí da tropa de cabeça erguida
Fui testemunha da incompetência dos altos comandos na condução da guerra em Moçambique. Optei por uma actuação independente e acabei por desobedecer


O antigo furriel Francisco Raposo recordou nestas páginas a partida do Batalhão de Caçadores 1937 para Moçambique, em finais de 27 Outubro de 1967 : 'O comandante da minha companhia era o capitão Verdasca – mas, nas vésperas do embarque, desapareceu: correu na altura que ele desertou para fugir à guerra' – disse Francisco Raposo. Não é verdade! Em 1965, já tinha requerido a minha demissão do Quadro Permanente. Informaram-me então que a demissão só seria possível ao fim de oito anos de oficial. Não tive outro remédio que não fosse esperar – para sair de cabeça erguida. Perfiz os oito anos necessários e deixaram-me sair. Quando o Batalhão de Caçadores 1937 seguiu para Moçambique, já eu tinha sido demitido do Quadro Permanente.

Entrei para a Escola do Exército em 1955. Fui aspirante a oficial, entre 1958 e 1959, na Escola Prática de Infantaria de Mafra e no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas de Tancos. Cumpri uma comissão em Cabo Verde, entre 1959 e 1961, como alferes. Frequentei cursos de guerra subversiva no Centro de Operações Especiais de Lamego.

Já como capitão, cumpri uma segunda comissão – em Moçambique, de 1964 a 1965. Fui colocado no Batalhão de Caçadores de Porto Amélia, constituído por tropa nativa, no distrito de Cabo Delgado. Estava na região, em Setembro de 1964, quando ali eclodiu a guerra – com o ataque dos guerrilheiros ao posto administrativo de Chai.

Na madrugada de 25 de Setembro de 1964, fui acordado e chamado ao gabinete do comandante do Batalhão de Caçadores de Porto Amélia, para – após um breve, incompleto e pouco profissional relato do ataque efectuado por guerrilheiros nessa mesma madrugada – receber a seguinte ordem: 'Reuna metade da sua companhia, junte-lhe os serviços necessários e siga o mais rapidamente para o Posto do Chai'. E acrescentou: 'O nosso general deu ordens para resolver a situação em 15 dias' – o que consistia em aprisionar e eliminar os atacantes, pacificar a região e impedir novos ataques.

Tal ordem reflectia perfeitamente o nível do chefe e do militar que comandava o Batalhão de Caçadores de Porto Amélia na época em que a Frelimo iniciou as operações no Planalto dos Macondes. General e tenente-coronel, ao imporem limitação de meios, davam provas de incompetência e revelavam incapacidade para o comando.

Quase uma centena de militares – eu, dois alferes milicianos, oito sargentos e oito cabos, todos europeus, e os restantes cabos e soldados militares nativos de várias etnias – iniciaram então uma viagem de cerca de 200 quilómetros através do Planalto dos Macondes.

Em Macomia, numa rápida reunião com o administrador, que convocou a secção da PSP que fora atacada na noite anterior (um subchefe e nove praças armados com G3) e alguns cipaios (polícias indígenas recrutados entre ex-soldados do exército) recolhi as primeiras informações. Recordo a colaboração do competentíssimo, decidido e corajoso cabo de cipaios do posto para o ataque à povoação onde, provavelmente, estariam abrigados os atacantes do posto.

As frágeis portas das palhotas da povoação foram arrombadas, com total surpresa dos seus habitantes e, principalmente, dos guerrilheiros, que ainda tentaram fugir pelos fundos. Mas foram todos feitos prisioneiros sem que um único tiro tivesse sido disparado. Os autores do ataque, que iniciaram as acções de guerrilha contra a administração portuguesa ao mesmo tempo que marcava o segundo aniversário da fundação da Frelimo, estavam entre os 39 prisioneiros: um chefe com dois anos de treino de guerrilha na China, um outro que fora graduado no exército do Tanganica e meia dúzia de guerrilheiros com pouca instrução e nenhum valor. Os restantes eram moradores que tinham ajudado os guerrilheiros e que deviam ser interrogados. Armas nem uma, pois eram enterradas fora das povoações.

Lamentavelmente, o comando nada perguntou aos prisioneiros, não foi ao local fazer a avaliação dos acontecimentos e não aproveitou o ataque para dele tirar as conclusões necessárias. Foi uma lição totalmente desperdiçada, até porque se tratava, indiscutivelmente, da última oportunidade para dialogar com o incipiente movimento guerrilheiro, que podia facilmente ter evitado a catástrofe que se lhe seguiu em perdas humanas, materiais, morais e políticas.

As verdadeiras causas desta incompetência estavam em Lisboa – onde a ditadura mandava e desmandava, nomeava e demitia, promovia e condecorava segundo critérios condenáveis. Os altos comandos não tinham autoridade real para propor e impor soluções adequadas.

Apercebi-me de todas essas circunstâncias, imaginei as consequências que daí advinham, optei por uma actuação independente e acabei por desobedecer aos comandos.

Fui punido com cinco dias de prisão. Recorri e o processo arrastou-se. Colocaram-me no quartel-general, em Lourenço Marques.

Pedi a demissão do Quadro Permanente. Mas, como ainda não tinha cumprido oito anos de serviço como oficial, não aceitaram o meu pedido.

Nomearam-me, em Outubro de 1965, comandante da Companhia de Caçadores 73 formada por nativos – que mal terminou a recruta em Boane, Lourenço Marques, recebeu a missão de ocupar e defender a área do Posto Administrativo de Olivença, no Norte do Niassa, perto dos rios Messinge e Rovuma, com menos de mil habitantes. A unidade foi reforçada com uma Companhia de Engenharia e foram construídos um quartel e uma pista de aterragem que permitia a utilização dos velhos aviões DC3, o único meio de transporte e de abastecimento durante os seis meses da época das chuvas.

Até Maio de 1966, graças à inteligência de um jovem major do Estado-Maior, que era governador do distrito do Niassa, pude actuar abertamente junto das populações, convocar os seus chefes e o próprio régulo. Dialogava com eles e dava--lhes instruções e ordens. Era importante conquistar a simpatia, o respeito, a amizade e, como consequência, a colaboração das populações. Também era importante manter a segurança na fronteira – cerca de 30 quilómetros em linha recta – com o Rovuma. E melhor ainda seria realizar um golpe de mão na Tanzânia para destruir apoios da guerrilha.

Contei com a colaboração do filho do régulo que, após uma ‘visita particular’, regressara com um levantamento total do acampamento de guerrilheiros do lado de lá da fronteira, o que nos permitiu preparar a operação. Segui com 80 militares. Ao fim de mais de dez horas de marcha, metade das quais sob violentíssima tempestade, voltámos para trás.

A chuva diluviana, que tudo e todos encharcou, e a confusão que se apossara dos guias, cada vez mais desorientados e amedrontados, iam certamente prejudicar a acção de combate e dificultar a retirada com feridos e mortos. Foi com grande sentimento de frustração que ordenei a retirada.

De todo o sacrifício feito só se aproveitou a propaganda, pois nessa mesma noite a BBC de Londres, na sua emissão em inglês, informou que 'as tropas portuguesas de Moçambique tinham invadido a Tanzânia, a Norte de Olivença'. O curioso de tudo isto reside no facto de os comandos militares jamais me terem interrogado sobre a invasão do território tanzaniano.

De regresso à Metrópole, fui colocado no Quartel-General da Região Militar de Lisboa. Entretanto, foi anulada a informação negativa que tinha originado a pena de prisão. Segui para o Regimento de Infantaria 2, em Abrantes, integrado no Batalhão de Caçadores 1937. Completei oito anos de oficial. Aceitaram, então, o pedido de demissão. Quando o batalhão embarcou para Moçambique, já eu tinha sido abatido do Quadro Permanente. Abandonei a vida militar a meu pedido.

ABANDONOU A CARREIRA MILITAR E TORNOU-SE EMPRESÁRIO NO BRASIL

José Verdasca nasceu a 16 de Junho de 1936, em Gondemaria, nos arredores de Vila Nova de Ourém. Quis seguir a carreira militar. Entrou para a Escola do Exército (futura Academia Militar) em 1955. Quando, finalmente, foi aceite o pedido de demissão do Quadro Permanente das Forças Armadas, José Verdasca partiu para o Brasil – e instalou-se em São Paulo, onde vive ainda hoje. “Trabalhei nos ramos da pecuária, indústria, comércio de madeiras e construção civil” – recorda. Tornou-se empresário. É piloto-aviador desde 1968. Terminou a licenciatura e fez a pós-graduação em administração de empresas na Universidade Mackenzie. Do casamento nasceram-lhe um filho e uma filha que lhe deram três netas. Nos últimos 20 anos, José Verdasca dedicou-se à literatura: publicando vários livros e deu conferências. É presidente, desde 2005, da Ordem Nacional de Escritores

domingo, 18 de maio de 2008

Confraternização de 2008

Foto da confraternização de 2007
*
Setembro de 2008

Zau Évua - O mato


Para que se mantenha a tradição de manter o Blog sempre com algo novo, fomos descobrir esta foto no bau das velharias do nosso querido companheiro da organização dos convívios.
Embora a sua especialidade na tropa não fosse desbravar a mata, aqui o vemos nas cercanias de Zau Évua.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Poemas da Guerra e as realidades


A Guerra de África


"... Tantos anos depois, pareceu-me que seria útil e esclarecedor enquadrar os textos deste livro no tempo e no lugar onde foram sendo escritos. Hoje, ao relê-los, fica-me a sensação de que poderia estar a voar da realidade para a ficção. A verdade é que não estava. Aquela guerra existiu. Eu estive lá. Morreram pessoas, Outras tresloucaram. Outras vieram sem pés ou sem pernas.

Tudo isto para quê?

Como escrevi atrás, a minha confrontação com a guerra foi - no fundo -

não a levar a sério. ... "


Jose Niza no seu livro "Poemas da Guerra"

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Paludismo

Paludismo/Malária

Numa leitura pela História da nossa Unidade (BCAC2877) num destes dias., deparei com alguns dados sobre o “paludismo”, que como sabemos, afectou bastante as nossas tropas na nossa zona de intervenção.
Embora, certamente, por mero acaso, não ter sido afectado por essa doença, recordo do sofrimento e mal-estar de alguns companheiros quando na fase mais aguda da doença.
Uma razão, para voltar a falar do tema.
Recordo que nos meus tempos de criança ouvia falar nas “febres das sezões”.
Esse tipo de doença, existia em Portugal, normalmente por zonas palúdicas, mais exactamente onde se cultivava o arroz. Por estar próximo, creio que por esses tempos, Alcácer do Sal era um desses locais onde as “sezoes” eram doença companheira das suas populações.
Em Angola, por razões que desconheço, o Quiende terá sido uma das zonas mais afectadas pela doença.
Meses houve em que, durante a permanência das Companhias das NT no Quiende, chegaram a registar-se entre 40 a 50 casos da doença. Para o número de efectivos, a percentagem de tropa em situação de baixa por doença, criava problemas operacionais.
Ao que sabemos, a doença, pode continuar em estado latente no organismo humano, o que terá originado recidivas mesmo depois de algum tempo após o nosso regresso de África.


Malária
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Malária ou paludismo, entre outras designações, é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.
A malária mata 3 milhões de pessoas por ano
[1], uma taxa só comparável à da SIDA/AIDS, e afeta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. É a principal parasitose tropical e uma das mais frequentes causas de morte em crianças nesses países: (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.
Transmissão


Fêmea de Anopheles alimentando-se de sangue humano
A malária é transmitida pela picada das
fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. Em cidades situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500 metros, no entanto, o risco de aquisição de malária é pequeno. Os mosquitos têm maior atividade durante o período da noite, do crepúsculo ao amanhecer. Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal vetor de transmissão desta para outras pessoas. O risco maior de aquisição de malária é no interior das habitações, embora a transmissão também possa ocorrer ao ar livre.
O mosquito da malária só sobrevive em áreas que apresentem médias das temperaturas mínimas superiores a 15°C, e só atinge número suficiente de indivíduos para a transmissão da
doença em regiões onde as temperaturas médias sejam cerca de 20-30°C, e humidade alta. Só os mosquitos fêmeas picam o homem e alimentam-se de sangue. Os machos vivem de seivas de plantas. As larvas se desenvolvem em águas paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva abundante.
Progressão e sintomas
A malária causada pelo protozoário P.falciparum caracteriza-se inicialmente por
sintomas inespecíficos, como dores de cabeça, fadiga, febre e náuseas. Estes sintomas podem durar vários dias (seis para P.falciparum, várias semanas para as outras espécies).
Mais tarde, caracterizam-se por acessos periódicos de calafrios e febre intensos que coincidem com a destruição maciça de
hemácias e com a descarga de substâncias imunogénicas tóxicas na corrente sangüínea ao fim de cada ciclo reprodutivo do parasita. Estas crises paroxísticas, mais frequentes ao cair da tarde, iniciam-se com subida da temperatura até 39-40°C. São seguidas de palidez da pele e tremores violentos durante cerca de 15 minutos a uma hora. Depois cessam os tremores e seguem-se duas a seis horas de febre a 41°C, terminando em vermelhidão da pele e suores abundantes. O doente sente-se perfeitamente bem depois e até à crise seguinte, dois a três dias depois. Se a infecção for de P. falciparum, denominada malária maligna, pode haver sintomas adicionais mais graves como: choque circulatório, síncopes (desmaios), convulsões, delírios e crises vaso-oclusivas. A morte pode ocorrer a cada crise de malária maligna. Pode também ocorrer a chamada malária cerebral: a oclusão de vasos sanguíneos no cérebro pelos eritrócitos infectados causa défices mentais e coma seguidos de morte (ou défice mental irreversível). Danos renais e hepáticos graves ocorrem pelas mesmas razões. As formas causadas pelas outras espécies ("benignas") são geralmente apenas debilitantes, ocorrendo raramente a morte.
Os intervalos entre as crises paroxísticas são diferentes consoante a espécie. Para as espécies de P. falciparum, P. ovale e P. vivax, o ciclo da invasão de hemácias por uma geração, multiplicação interna na célula,
lise (rebentamento da hemácia) e invasão pela nova geração de mais hemácias dura 48 horas. Normalmente há acessos de febre violenta e tremores no 1°dia, e passados 48 horas já no 3°dia, etc, sendo classificada de malária ternária. A infecção pelo P. malariae tem ciclos de 72 horas, dando-se no 1°dia, depois no 4°dia, etc, constituindo a malária quaternária. A detecção precoce de malária quaternária é importante porque este tipo não pode ser devido a P. falciparum, sendo, portanto, menos perigoso.
Sintomas crónicos incluem a
anemia, cansaço, debilitação com redução da capacidade de trabalho e da inteligência funcional, hemorragias e infartos de incidência muito aumentada, como infarto agudo do miocárdio e AVCs (especialmente com P. falciparum).
Se não diagnosticada e tratada, a malária maligna causada pelo P. falciparum pode evoluir rapidamente, resultando em morte. A malária "benigna" das outras espécies resulta em debilitação crónica mas mais raramente em morte.
Epidemiologia
É uma das doenças mais importantes para a humanidade, devido ao seu impacto e custos, e constitui um fardo extremamente pesado para as populações dos países atingidos, principalmente em África, incomparável aos custos sociais de qualquer doença ocidental. A malária existe potencialmente em todas as regiões onde existem humanos e mosquitos Anopheles em quantidade suficiente, o que inclui todas as regiões tropicais de todos os continentes e muitas regiões subtropicais. Hoje em dia, a África é particularmente atingida, estando poupadas apenas o norte e a África do Sul. Na América existe em toda a região central (México e países do istmo) e norte da América do Sul, incluindo mais de metade do território do Brasil (todo o Nordeste e Amazónia) e ainda nas Caraíbas (não existe no Sul incluindo Sul do Brasil). Na Ásia está presente em todo o subcontinente indiano, Médio Oriente, Irão, Ásia central, Sudeste asiático, Indonésia, Filipinas e sul da China. A malária já existiu mas foi erradicada no século XX da região mediterrânea, incluindo Sul da Europa: Portugal, Espanha, Itália, sul da França e Grécia; e no Sul e Oeste dos EUA. Ao todo, vivem quase 3 bilhões de pessoas em regiões endémicas (ou seja, metade da humanidade) em mais de 100 países.
Há, todos os anos, 300 a 500 milhões de casos da malária, dos quais mais de 90% na África, a maioria com resolução satisfatória, mas resultando em enfraquecimento e perda de dias de trabalho significativos. Ela mata, contudo, cerca de 2 milhões de pessoas em cada ano, cerca de um milhão das quais são crianças com menos de 5 anos.
Na Europa e, mais especificamente, em Portugal, os casos são muito menos graves, havendo apenas alguns milhares. A grande maioria dos casos, e provavelmente a sua totalidade, são importados de pessoas que visitaram países tropicais.
Prevenção

Dormir coberto por rede anti-mosquito protege significativamente contra a Malária
Ainda não há uma vacina
[2] eficaz contra a malária, havendo apenas estudos de alcance reduzido sobre testes de uma vacina sintética desenvolvida por Manuel Elkin Patarroyo em 1987. Acredita-se que uma vacina possa estar disponível comercialmente nos próximos anos, ou seja, até 2010. A melhor medida, até o momento, é a erradicação do mosquito Anopheles. Ultimamente, o uso de inseticidas potentes mas tóxicos, proibidos no ocidente, tem aumentado porque os riscos da malária são muito superiores aos do inseticida. O uso de redes contra mosquitos é eficaz na proteção durante o sono, quando ocorre a grande maioria das infecções. Os cremes repelentes de insetos também são eficazes, mas mais caros que as redes. A roupa deve cobrir a pele nua o mais completamente possível de dia. O mosquito não tem tanta tendência para picar o rosto ou as mãos, onde os vasos sanguíneos são menos acessíveis, quanto as pernas, os braços ou o pescoço os vasos sanguíneos são mais acessíveis.
A drenagem de pântanos e outras águas paradas é uma medida de saúde pública eficaz.
Diagnóstico
Diagnóstico Clínico
O elemento fundamental no
diagnóstico clínico da malária, tanto nas áeras endêmicas como não-endêmicas, é sempre pensar na possibilidade da doença. Como a distribuição geográfica da malária não é homogênea, nem mesmo nos países onde a transmissão é elevada, torna-se importante, durante o exame clínico, resgatar informações sobre a aréa de residência ou relato de viagens de exposição ao parasita como nas áreas endêmicas (tropicais). Além disso informações sobre transfusão de sangue, compartilhamento de agulhas em usuários de drogas injetáveis, transplante de órgãos podem sugerir a possibilidade de malária induzida.
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico de certeza da
infeção malárica só é possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, através dos métodos diagnósticos especificados a seguir:
Gota espessa - É o método adotado oficialmente no Brasil para o diagnóstico da malária. Mesmo após o avanço de técnicas diagnósticas, este exame continua sendo um método simples, eficaz, de baixo custo e fácil realização. Sua técnica baseia-se na visualização do parasito através de
microscopia ótica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise da sua morfologia, e pelos estágios de desenvolvimento do parasito encontrados no sangue periférico.
Esfregaço delgado - Possui baixa sensibilidade (estima-se que, a gota espessa é cerca de 30 vezes mais eficiente que o
esfregaço delgado na detecção da infecção malárica). Porém, o esfregaço delgado é o único método que permite, com facilidade e segurança, a diferenciação específica dos parasitos, a partir da análise da sua morfologia e das alterações provocadas no eritrócito infectado.
Testes rápidos para detecção de componentes antigênicos de plasmódio - Testes
imunocromatográficos representam novos metodos de diagnóstico rápido de malária. Realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal contra antígenos específicos do parasito. Apresentam sensibilidade superior a 95% quando comparado à gota espessa, e com parasitemia superior a 100 parasitos/µL.
Tratamento


Cinchona contendo Quinina, o primeiro antimalárico
A malária maligna, causada pelo P.falciparum é uma emergência médica. As outras malárias são doenças crónicas.
O tratamento farmacológico da malária baseia-se na susceptibilidade do parasita aos radicais livres e substâncias oxidantes, morrendo em concentrações destes agentes inferiores às mortais para as células humanas. Os fármacos usados aumentam essas concentrações.
A
quinina (ou o seu isómero quinidina), um medicamento antigamente extraído da casca da Cinchona, é ainda usada no seu tratamento. No entanto, a maioria dos parasitas já é resistente às suas acções. Foi suplantada por drogas sintéticas mais eficientes, como quinacrina, cloroquina, e primaquina. É frequente serem usados cocktails (misturas) de vários destes fármacos, pois há parasitas resistentes a qualquer um deles por si só. A resistência torna a cura difícil e cara.
Ultimamente a
artemisinina, extraída de uma planta chinesa, tem dado resultados encorajadores. Ela produz radicais livres em contacto com ferro, que existe especialmente na hemoglobina no interior das hemácias, onde se localiza o parasita. É extremamente eficaz em destruí-lo, causando efeitos adversos mínimos. No entanto, as quantidades produzidas hoje são insuficientes. No futuro, a cultura da planta artemisina na África poderá reduzir substancialmente os custos. É o único fármaco antimalárico para o qual ainda não existem casos descritos de resistência.
Algumas
vacinas estão em desenvolvimento.
Efeitos genéticos nas populações afectadas
A
anemia falciforme é uma doença genética recessiva (os dois alelos do gene em causa têm de estar mutados) que ocorre nas mesmas regiões de alta incidência de malária. No entanto os portadores da deficiência (com apenas um alelo mutado e o outro normal), têm altas taxas de sobrevivência à malária, sendo parcialmente resistentes a ela. Isso tudo devido ao fato do plasmódio não reconhecer a hemácia devido sua anormalidade na conformação.
Outros portadores de doenças genéticas, como algumas
talassémias, ou deficiências no gene da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase, existentes no Mediterrâneo também poderão ser o produto de selecção natural positiva dos portadores devido a maior resistência ao parasita. Algumas dessas mutações aumentam os radicais livres nas hemácias, aos quais o parasita é susceptível.
[editar] História
Os seres humanos são infectados pela malária há 50 000 anos. O baixo número anterior de casos em humanos, se em comparação com os elevados índices em outros animais, implicava que os mosquitos que se alimentam dos outros animais fossem muito mais frequentes que o Anopheles, que tem predilecção pelos humanos. Só com o início da agricultura, há 10 000 anos (em algumas regiões, mas noutras só há 5000 anos) e com o crescimento populacional e destruição dos ambientes naturais desses outros animais e seus mosquitos, é que as populações de Anopheles explodiram em número, iniciando-se a verdadeira epidemia de malária que existe hoje.
A malária foi uma das doenças que mais atingiram o
Império romano e a sua base populacional e económica, levando à sua queda.
Em
Portugal houve até ao início do século XX alguma malária transmitida por Anopheles que se multiplicavam em pântanos. No entanto, nunca houve uma situação catastrófica como a actual em África, porque o clima frio nunca permitiu a multiplicação de suficiente número de mosquitos. A drenagem dos pântanos, como as ordenadas pelo Rei Dom Dinis, reduziram certamente a incidência da doença. Hoje não há malária transmitida em Portugal. O último caso autóctone foi em 1962, tendo no fim do século XIX afectado principalmente o Ribatejo, Alentejo e Trás-os-Montes, com algumas dezenas de casos anuais causados por P. falciparum ou P. vivax, transmitidos pelo Anopheles maculipenis, que prefere o gado ao homem.
A malária foi uma das principais razões da lenta penetração dos portugueses e outros europeus no interior da África aquando da época colonial. Mesmo no caso dos portugueses, que devido à sua maior propensão para casar com nativas, rapidamente desenvolveram descendência parcialmente resistente, as colónias de
Angola e Moçambique continuaram por muitos anos a situar-se na costa, mais fresca e salubre.
Na América do Sul, os nativos (índios) dos
Andes e outros tinham desde tempos imemoriais usado a casca da árvore da Cinchona para tratar a malária, assim como os Chineses já usavam a planta Artemísia (uma "nova" droga antimalárica revolucionária "descoberta" só recentemente). Em 1640 o espanhol Huan del Vego usou a tintura da casca da cinchona para tratar com sucesso a malária. No entanto, só em 1820 os franceses Pierre Pelletier e Joseph Caventou extraíram com sucesso a quinina, o princípio activo antimalárico, da tintura.
Foi o italiano
Giovanni Maria Lancisi que, em 1717, notando que eram os habitantes dos pântanos os que mais sofriam da doença, renomeou o paludismo de malária, significando maus ares.
Só com o desenvolvimento da
quinina (hoje a resistência do parasita é quase universal devido ao mau uso), o primeiro fármaco antimalárico, puderam os europeus sobreviver em grande número no interior africano, dando finalmente origem, no fim do século XIX, à corrida pelas colónias africanas e partição do continente entre Portugal, Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica, Itália e Espanha.
O causador da malária, o
Plasmodium, foi descoberto pelo médico do Exército Francês, Charles Louis Alphonse Laveran, trabalhando na Argélia, que recebeu o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina pelo seu trabalho, em 1907.
A existência de malária e outras doenças debilitantes como a
Doença do sono é, segundo muitos especialistas, a razão do não desenvolvimento de muitas civilizações (houve ainda assim algumas) proeminentes na África a sul do Saara. A África, como berço da humanidade, é também o berço de quase todos os parasitas e doenças infecciosas humanas, muitas das quais não existem em mais nenhum lado. O custo económico e social da malária e outras doenças africanas é inimaginável para um ocidental ou mesmo um americano ou asiático da região tropical. Com o desenvolvimento futuro (hoje ainda é um flagelo) de medicamentos e terapias eficazes contra a Malária bem como outras doenças, incluindo a SIDA/AIDS, espera-se que o progresso económico e social dos africanos seja grandemente acelerado.
Até recentemente não havia muitos motivos para esperanças. Segundo a
DNDi, a malária é uma das doenças negligenciadas - seja por insuficiências das políticas públicas de saúde, seja por desinteresse da indústria farmacêutica em pesquisar novos medicamentos para doenças que atingem as populações mais pobres, em áreas igualmente pobres - portanto, fora do mercado.
Todavia, em 1º. de março de
2007, a DNDi, em parceria com a Sanofi-Aventis, anunciou o lançamento de uma nova fórmula medicamentosa - o ASAQ - para tratamento da malária.



Por mera curiosidade, aqui fica um descritivo bastante extenso e completo da doença, para os curiosos destes temas.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

... e ficámos amigos para sempre.


Pensador
de Jose Niza
"... onde todos nos conhecemos e ficámos amigos para sempre "


Transcrevemos este outro pensamento:
"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidadeE eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existemEsta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!


sábado, 3 de maio de 2008

Jose Niza - Poemas da Guerra




20 Abr 2008, 09:32h

José Niza fala dos seus Poemas de Guerra
O primeiro livro do médico, político e compositor, José Niza, foi apresentado publicamente, na passada segunda-feira, 21 de Abril, no Largo do Seminário em Santarém, `pelas seis e meia da tarde. “Poemas de Guerra (Angola 1969 – 1971)”, tem prefácio de Francisco Pinto Balsemão.
É editado por O MIRANTE e vai ter uma edição de trinta mil exemplares que foram oferecidos aos assinantes do jornal, com a edição desa semana em que se assinala mais um aniversário do 25 de Abril.
O autor explicou a O MIRANTE TV as circunstâncias em que os poemas foram escritos e revelou que tem na sua posse um diário de guerra com mais de oito mil páginas que poderá servir de base a um novo livro.

Jose Niza - Entrevista


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20 Abr 2008, 09:32h
José Niza fala dos seus Poemas de Guerra



O primeiro livro do médico, político e compositor, José Niza, foi apresentado publicamente, na passada segunda-feira, 21 de Abril, no Largo do Seminário em Santarém, `pelas seis e meia da tarde. “Poemas de Guerra (Angola 1969 – 1971)”, tem prefácio de Francisco Pinto Balsemão.
É editado por O MIRANTE e vai ter uma edição de trinta mil exemplares que foram oferecidos aos assinantes do jornal, com a edição desa semana em que se assinala mais um aniversário do 25 de Abril.
O autor explicou a O MIRANTE TV as circunstâncias em que os poemas foram escritos e revelou que tem na sua posse um diário de guerra com mais de oito mil páginas que poderá servir de base a um novo livro.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

5ª Feira da Espiga . Dia do Trabalhador





Tradições que infelizmente se vão perdendo!


Lembro-me bem de correr os campos com os meus pais e amigos.
O Dia da Espiga.
Era então feriado, hoje ainda o é em muitas terras.
Um farnel, umas mantas e lá iamos para um local não muito longe de nossas casas porque o percurso era todo feito a pé.
O dia todo no campo.
Que tradição, para conseguirmos o tão desejado raminho que, se a memória não me falha, incluia espigas de trigo, papoilas, pequenos ramos de oliveira, malmequeres brancos e amarelos.
Depois era pendurado atrás da porta até ao ano seguinte.
Para trazer a fartura aos nossos lares conforme rezava a tradição.
Bons tempos em que aos adultos e as crianças se divertiam e confraternizavam com estas tradições.


!!!! - Não me recordo de que alguma vez, na Guerra em África, se tenha falado nesta tradição ou comemorado este dia.
Longe da vista longe do coração, diz o ditado


1º de Maio
O dia do Trabalhador, não cabia de modo nenhum na Guerra de África.
O regresso ao "Puto" e o 25 de Abril, abriram as portas a quem o quiz e quer comemorar.