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terça-feira, 12 de julho de 2016

12 de Julho de 1969 - Retalhos



Capa do jornal Diário de Lisboa dia 12 de Julho de 1969


Momentos antes do embarque,
 com a minha mulher grávida da minha filha Candida que nasceu em 16 de Setembro de 1969


Pode perceber-se pela quantidade de viaturas da PM, o "cuidado" que havia quando do embarque de tropas para àfrica


Aqui no DN relata-se com o cuidado de então, face ao perigo do lápis azul da censura, a nossa partida para Angola.
Terá sido um dos dias mais quentes desse anos de 1969


Muitas tristezas, incertezas, angústias e medos, transportou este barco nessa longa viagem até Luanda com paragem na Ilha da Madeira, para embarcar aí, mais umas centenas de militares.

Não pensem os nossos leitores, em especial aqueles que não viveram os dramas da ida à guerra nesses tempos, (que nada tem a ver com as idas à guerra nos dias de hoje), que a publicação destes escritos e destas fotos, tem mais a ver com saudades do que com o deixar o testemunho daqueles 3 anos de serviço militar obrigatórios, com 2 anos de passagem por África.
A grande maioria dos militares de então, eram desde o inicio da sua incorporação na fileiras das forças armadas colocados longe das suas famílias e sem qualquer possibilidade de as visitar nos fins de semana que havia licença para tal.
As primeiras impressões da chegada aos quartéis, deixavam para a grande maioria de nós, uma sensação de desprezo e abandono e acima de tudo de medo.  Nessa altura ainda não era o medo da guerra, era o medo dessa coisa que se chamava de disciplina militar.
A habituação fazia-se, por obrigação.
As recrutas, uma parte delas eram dadas sob a orientação de alguns oficiais que já tinham estado na guerra e traziam com eles, para aplicar na prática das suas acções como instrutores, as experiências vividas pelo próprios.
O Exército pretendia habituar desde os primeiros dias da entrada nas fileiras, todos os militares. a uma vida desprendida da família e dos lugares de onde tinham vindo.  Era a mentalização para a ida. Raros eram os que ficavam perto de casa.
Quando se dava o embarque, uma parte da mentalização já estava feita.  A pior parte, já era feita em África, com o dia a dia.
A incerteza e o medo passou a fazer parte do quotidiano de todos nós.  Até que a rotina se apoderou das nossas mentes e então, o fim último dos nossos pensamentos passava apenas por ir riscando dia a dia, mais uma folha do calendário.
Uma grande parte da literatura que temos lido sobre a Guerra de África, infelizmente não aprofunda a parte do temor psicológico das tropas em guerra.  Na maioria dos casos, limita-se a transcrever passagem da guerra no seu aspecto mais materialista, deixando para trás os dramas individuais e colectivos da tropa.
Nos dias de hoje, passados tantos anos, todos temos que reconhecer que fizemos um feito heróico com a nossa passagem obrigatória por África. Ao tempo, sabíamos o que se passava no Vietnan, uma guerra diferente da nossa.  Mas os soldados que por lá andaram, tinham umas condições que me nada se comparavam às nossas.
Não era o mais importante para as chefias militares de então, mas o moral das tropas e o seu estado sanitário, estava incluído, embora com parcas palavras, em todos os relatórios enviados.
Por aquilo que hoje podemos concluir, o BCAC2877, teve a sorte de não estar envolvido em "muitas batalhas". Nada que se adivinhasse quando do nosso embarque, mas tal aconteceu.  Como em todas as circunstâncias, tivemos colegas que morreram.  Na nossa vida normal, civil, é assim, porque não há-de ser na guerra?
E assim,  nós íamos a caminho de Luanda.  Doze dias de Vera Cruz, para uma chegada no mesmo momento em que  o primeiro Homem chegava à Lua.


sábado, 9 de julho de 2016

12 de Julho de 1969

Com o forte abraço para os ex-camaradas vivos e  a recordação sempre presente dos mortos


Já lá vão 10 anos que publicamos esta mensagem no blog do BCAC2877

Mensagens recebidas e enviadas hoje:

"Neste dia um abraço aos vivos e a recordação dos mortos"
"... e um abraço a todos os camaradas vivos e recordar os mortos."
" Há datas que não se esquecem"
"Então..celebre-se este dia em todas as Casas...terminando no almoço anual." 
"... todos nós recordamos estes tempos que tanto nos marcaram. São tempos passados que sempre nos marcarão no futuro."

domingo, 3 de julho de 2016

Fernando Pires Rodrigues da CCAC2543

Ao fim de todos estes anos este nosso ex-camarada entrou em contacto connosco.


Um anuncio colocado por alguém no JN dá conta do nosso almoço anual e foi por aí que nos reencontrou
Fernando Pires Rodrigues - Póvoa do Varzim 

quinta-feira, 3 de março de 2016

BCAC2877 - CCAC2542 - Morfacem -

 

 

 

Desconhecemos a data em que foram tiradas estas fotos, mas certamente há muitos anos, pois as baterias de Artilharia de Costa foram desactivadas por volta dos anos 70

Cotesia de Almada Patrimonio Materia e Imaterial da Humanidade – no Facebook

sábado, 23 de janeiro de 2016

Descolonização

QUARTA-FEIRA,

 JANEIRO 20, 2016

 Heranças da direita Como a história já demonstrou, o regime ditatorial que governou Portugal até 1974 foi incapaz de solucionar o problema colonial, provocando uma a guerra em que morreram mais de dez mil soldados portugueses. Ao fim de treze anos, a guerra não dava sinais de abrandar, e Portugal, que já a tinha perdido no campo diplomático, arriscava-se a perdê-la também no terreno. Tal situação acabou por mobilizar as forças armadas para derrubar uma ditadura que se mantinha surda aos apelos internacionais, obedecendo apenas aos interesses de uma dúzia de famílias que controlavam o país em prejuízo da restante população. O processo de descolonização antevia-se doloroso tanto para Portugal, que teve de acolher centenas de cidadãos em fuga das colónias, como para os novos países cujos partidos independentistas continuaram a digladiar-se, prolongando por dezenas de anos a luta pelo controle dos respectivos territórios. Coube a António Almeida Santos (1926 -2016), então no Ministério da Coordenação Interterritorial, que sucedeu ao extinto Ministério do Ultramar, liderar o processo de descolonização que culminou com a independência das colónias. Na sequência deste processo, o agora falecido Presidente Honorário do PS, Almeida Santos, e Mário Soares, Ministro dos Negócios Estrangeiros, foram acusados de traição e vilãmente atacados pela direita saudosista da ditadura que se recusava a reconhecer o direito à independência das colónias, preferindo prolongar uma guerra que estava a exaurir o país e não poderia ser ganha.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Subvenções vitalícias para os políticos

Estas subvenções para os políticos, muitos deles, ou na sua maioria, nem sentiram o cheiro do pó das picadas ou das bolanhas de África é uma vergonha..
É uma vergonha, comparada com as miseráveis subvenções que os militares que passaram pela Guerra de África recebem e da maneira como são tratados das suas doenças resultantes de terem passado por essa guerra.
Na maioria dos casos, na política não há decoro, ética ou vergonha.
Mas, pelo menos, que seja proposta para futuro, uma de duas coisas:
  • Ao futuros políticos que seja retirada a subvenção - que funcionem como um trabalhador normal, contando os seus descontos para o cálculo futuro da sua reforma quando por idade passem a essa situação;
  • Para os que tem a subvenções actualmente, que só a passem a receber quando se reformarem
Os políticos não podem ser uma "casta" especial de portugueses..

domingo, 17 de janeiro de 2016

Regto de Infantaria 1 - em Beja - alteração da sede

Em 01ABR08 o Regimento de Infantaria Nº1 com a missão de “ Aprontar a Componente Operacional que lhe for atribuída”, é transferido oficialmente para a cidade de Tavira. Um conjunto de oficiais, sargentos e praças foram transferidos para este quartel, tendo-lhe sido cometida a tarefa de estabelecer a cadeia inicial de comando do Regimento e iniciar a organização interna da Unidade.
Em 29ABR08 assume o comando do Regimento de Infantaria Nº1, o Ex.mo Cor Inf António Gualdino Ventura Moura Pinto; então sob o seu comando, o Regimento veio a consolidar o processo de transferência através do estabelecimento de contactos formais com as autoridades locais e da aquisição de materiais e equipamentos por forma garantir uma implantação sustentada, dotando ainda o aquartelamento das condições necessárias ao seu funcionamento normal e dando continuidade aos trabalhos de reabilitação das infra-estruturas. O Regimento tem vindo a receber, de forma sistemática, diversas forças de escalão Companhia da estrutura das FOPE, as quais são atribuídas sob comando completo ao RI1.

O antigo CISMI, transformado em centro de férias, não podia ficar como sede dum regimento. Talvez sirva agora para a colocação de alguns militares do Alentejo e do Algarve. Está transformado num destacamento do Regimento de Beja., porque:


Decorreram no passado dia 16 de Novembro, no Regimento de Infantaria Nº1 (RI1), em Beja, as cerimónias de cessação de funções do Comandante do RI1, Coronel de Infantaria Carlos Fernando Nunes Faria que por imperativo legal passou à reserva em 17 de Novembro de 2015.

Do programa constou, apresentação de cumprimentos na Biblioteca da Unidade e assinatura do Livro de Honra do RI1, seguido de um almoço no refeitório do Rancho Geral, cerimónia de Homenagem aos Mortos e formatura geral na parada Major-general Ventura Lopes, a fim de se proceder à entrega do Estandarte Heráldico do RI 1ao 2º Comandante, que garantirá a continuidade de Comando até à posse do novo Comandante.
O Coronel de Infantaria Carlos Fernando Nunes Faria, Comandou o Regimento de Infantaria Nº3 (RI3) desde 04 de Setembro de 2014, até à data da sua extinção, em 31 de Julho de 2015. Em 01 de Agosto de 2015 o Regimento de Infantaria Nº1 (RI1) é transferido de Tavira para as instalações do extinto RI3, no quartel do Vale do Aguilhão, em Beja, tendo sido nomeado por escolha para Comandar o RI1, desde 01 de Agosto de 2015 até 16 de Novembro de 2015.
Teve lugar no dia 02 de Dezembro de 2015, no Regimento de Infantaria Nº1 (RI1), em Beja, a cerimónia de tomada de posse do novo Comandante do RI1 Coronel de Infantaria Sérgio Augusto Valente Marques.
A cerimónia teve início pelas 09h00 com a receção do novo Comandante do Regimento à entrada do aquartelamento, onde a Guarda de Polícia da Unidade lhe prestou as honras regulamentares.
Após as forças em parada terem prestado as honras regulamentares, foi lido pelo Chefe da Secretaria de Comando, Sargento-Mor Fernando Franco, o despacho de nomeação, “Por Escolha”, para as funções de Comandante do RI1 e, pelo 2º Comandante, foi entregue o Estandarte heráldico da Unidade.
Seguiu-se alocução proferida pelo Comandante e de seguida a revista às forças em parada.
Após o desfile das forças em parada perante o novo comandante, seguiu-se a apresentação de cumprimentos na Biblioteca por todos os Oficiais, Sargentos, Representação de Praças e Funcionários Civis da Unidade.

Morada
Regimento de Infantaria 1
Apartado 500
7801-906 BEJA
Portugal
E-mail: ri1@mail.exercito.pt
Telefone 1: 284325141
Telefone 2: 284325143
Fax: 284321626
Telefone Militar: 451000
Fax Militar: 451155

Destacamento do Regimento de Infantaria 1
Rua Poeta Isidoro Pires
8800-422 Tavira
Portugal
E-mail: ri1@mail.exercito.pt
Telefone 1: 281380090
Telefone 2: 281380090
Fax: 281380097
Telefone Militar: 455000
Fax Militar: 455007

CCAC2542 - antiga bateria Anti-aérea/Costa - Murfacêm - Trafaria - Almada




Daqui partiu para Angola a bordo do Vera Cruz a CCAC2542

domingo, 3 de janeiro de 2016

1969 - Julho a Outubro

Em construção

Passados todos estes anos, aqueles que pertenceram ao BCAC 2877 e ás companhias Operacionais que connosco estiveram - CCAC2530 e as 105 angolanas podem aqui reviver muito do que por lá passamos.
Aqui deixamos o relato das nossa actividades no Norte de Angola.

Aguardamos por comentários e sugestões