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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Mario Albano Gonçalves

Descobrimos sobre o nosso antigo camarada o que se pode ver no linK - http://www.3sentidos.pt/biografias/biografia-do-autor

 

Mário Albano Gonçalves

Nasceu a 30 de Março de 1947

 

Mário Albano Gonçalves vive na Amadora – Lisboa.

Ainda pequeno, sai de Celorico de Basto - Braga e vai estudar para o Porto.

Faz a instrução primária e entra na Escola Comercial (Oliveira Martins).

Deixa a Escola Comercial e vem para Lisboa.

Em Lisboa entra na Escola Industrial (Marquês de Pombal) e emprega-se na Fundação Calouste Gulbenkian aos 15 anos.

Em 1968 entra para o serviço militar obrigatório.

Aí tira o curso de rádio montador na Escola Electromecânica de Paço de Arcos.

Acabado o curso é enviado para Mafra.

De Mafra é mobilizado para Angola (1969/1971).

Em 1971 regressa, e volta de novo à Fundação Calouste Gulbenkian.

Em 1974 tem o seu casamento vindo a ter dois filhos.

 

Permanece na Fundação Calouste Gulbenkian durante 40 anos, tendo contacto directo com as inúmeras obras de arte ali existentes (museu), dando-lhes luz e condições ambientais.

Nos anos 90, lendo a poesia de António Aleixo, criou e desenvolveu estes trabalhos que versam: humor, religião, politica, liberdade, justiça, saúde, guerra e segurança.

 

Também nesta época foi criado o NAP – Núcleo de Artistas Plásticos da Fundação Calouste Gulbenkian. Grupo este aberto a todas as formas de arte para que as mesmas pudessem ser divulgadas no meio laboral, e que todos os artistas que se encontravam “escondidos” nas respectivas empresas, pudessem desabrochar.

 

O que vemos feito consta de madeiras, desenhos e poemas do poeta António Aleixo. (O homem, a mulher, o pato, o cão, o tampo de caixote, o cavaco, o livro, a lasca, etc…etc…)

                              

As madeiras não são muito tratadas tecnicamente, são aceites como estão. Existe pouco trabalho manual.

A fase seguinte é a adaptação a uma poesia que julgo corresponder à forma indicada pela peça.

Os poemas são escritos manualmente, risco a risco, enchendo as letras conforme o espaço.

O trabalho é alisar as faces, escrever, envernizar e olhar as peças.

Concretizado o trabalho, é pensado o efeito (mensagem) de quem o vai apreciar…

 

Esta é a minha obra

A minha obra tem três sentidos:

- O primeiro sentido é o aproveitamento das formas que a natureza em madeiros nos dá. A MADEIRA é forte e frágil, tal como o poeta era forte na sua poesia e frágil no seu corpo.

 

- O segundo sentido é o aproveitamento da poesia que é profunda e que nos leva a pensar como funcionava e funciona a SOCIEDADE.

 

- O terceiro sentido é a criação desta nova forma de levar as pessoas a lerem e a pensarem a poesia.

 

As minhas peças, sobretudo as que estão expostas, não necessitam de ser catalogadas, elas só por si expressam o que querem dizer.

 

Tal como o POETA, eu também tento dar-lhe um duplo sentido:

A conjugação da forma com o conteúdo.

 

É assim Mário Albano

 

domingo, 12 de julho de 2015

12 de Julho de 1969 - 12 de Julho de 2015

Pouco importa o tempo que medeia entre estas duas datas para muitos portugueses.
Muitos dos actuais governantes nem passaram pela Guerra de África, pelo que nem podem e nem querem imaginar o que foi a ida  para o "incerto", deixando por cá os familiares mais queridos e os amigos, interrompendo uma vida que estava no seu percurso normal.
Hoje, os antigos combatentes, são esquecidos e não vêem reconhecidas pelo Estado que os mandou para a Guerra, as doenças resultantes de sua passagem por esse período da sua vida.
Com dezenas de livros, artigos de jornais, programas de televisão, fotos, blogs e muitos outros meios  de publicitar as passagem da Guerra de África, mais não servem que deixar um testemunho para os seus filhos, netos e todos  os outros vindouros daquilo que foi uma fase negra das suas vidas.
Assim foi naquele dia 12 de Julho de 1969, com o Vera Cruz, repleto de militares a caminho de Angola.
Nós fomos um daqueles que regressaram são e salvo. Outros o fizeram doentes ou estropiados para toda a vida
Muitos outros por lá ficaram mortos ou desaparecidos.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

sexta-feira, 15 de maio de 2015

CCAC2541 - Almoço anual - 30 de Maio de 2015

Recebemos do Nelson Ramos esta mensagem que reproduzimos com todo o gosto:

""Olá Brás Gonçalves tudo bem"
Recebi correio do João Gaspar a pedir se podias passar no Blogue o convivio da Companhia 2541 do Quiximba no dia 30 de Maio 2015 em Marrazes -  Leiria, com o cartaz em referencia.
Obrigado
Abraço

Nelson Ramos""

Ficamos a saber, com um imenso gosto que os ex-camaradas de 2541 faziam ou passaram a fazer a sua confraternização anual, o que como todos sabemos, gera momentos de enorme emoção, pela recordação dos momentos vividos durante os 2 anos que passamos pelas terras do Norte de Angola.
Nem sempre foi fácil o contacto entre os componentes das  companhias que compunham o BCAC2877 - cada uma estava em seu local e as facilidades de contacto ou comunicação não eram nada fáceis pelo que, muito dos ex-camaradas apenas se conheceram quando da ida e do regresso de Angola.
A CCAC2541 esta sediada, melhor, esteve sempre sediada no Quiximba, um aldeamento "forçado" pelo Governo de então, para populações que foram deslocadas das suas terras de nascença. Apesar de tudo, tiveram a oportunidade de contactarem com a s nossas tropos e beneficiarem de algum apoio que estas lhes prestaram.
Quiximba ficava a meio caminho entre o Tomboco e Zau Évua, na picada que liga Ambrizete a S. Salvador e, por isso, quando da passagem do MVL, sempre tinham os ex-camaradas a possibilidade de contactarem com alguma "realidade" diferente de quem se encontrava no Lufico ou no Zau Évua, pois estes aquartelamentos para além de estarem isolados, nem populações nativas tinham junto a si.

Reiteramos o gosto pelo conhecimento do encontro, desejando que corra tudo da melhor maneira possível e que o reencontro e de confraternização  vos propicie bons momentos de alegria e boa disposição.

Deixamos aqui ficar um repto: para o ano, tentarmos fazer o encontro em conjunto com aquele que estamos a organizar em Julho e com a CCAC2542 que igualmente organiza também o seu almoço.

Aqui deixamos a ementa e o contacto com o organizador do evento



sábado, 2 de maio de 2015

Confraternização de 2015

Confirmamos que o almoço se realizará na área de Coimbra a 18 de Julho de 2015.
O local será indicado logo que seja conhecido, assim como a ementa e o preço do almoço.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Tavira - CISMI

“ Oh meninas de Tavira

O que vai ser de vós agora?

Os solteiros não vos querem

Os casados tem mulher

Os milicianos vão embora”

Esta era a cantilena dos militares do CISMI- foi por aquela porta da estação do comboio, onde está a estátua dum militar fardado à época, e “a menina de Tavira”  na praça em frente, aguardando pela sua chegada, que pela primeira vez, 19 de Julho de 1969 cheguei a Tavira e passei os portões do agora Regimento de Infantaria 1.

Foi o inicio dum drama que só acabou em Agosto de 1971

 


 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

BCAC2877- uma, muitas histórias

Vamos fazer uma compilação, sempre que possivel, por ordem cronológica da historial do BCAC2877, das suas companhias, desde a sua formação, partida, estadia e regresso a Lisboa.

Aproveitamos a experiência do Dr. Niza, que passada a livro e referenciada com datas e acontecimentos, irá proporcionar a todos os que se interessarem na sua leitura, uma visão do que por lá se passou, essencialmente, no Norte de Angola, onde o BCAC esteve durante os dois anos de comissão.

 

Sobre o livro escrito por José Niza, deixamos  aqui uma notícia, publicada em tempo no jornal  escalabitano “O Mirante”

 

Sempre o temos feito, mas voltamos a pedir a quem tem fotos, histórias contadas ou por contar que nos façam chegar esses testemunhos, pois gostosamente faremos a sua  publicação

 

José Niza conta em "Golden Gate" memórias da guerra colonial 

 

A obra “Golden Gate – Um quase diário de guerra”, de José Niza, é “um livro de memórias” de uma guerra colonial que “aconteceu durante 13 anos”, escreve no prefácio o compositor residente em Santarém falecido em 23 de Setembro de 2011.O livro agora editado resulta da correspondência diária que manteve com a mulher durante o período em que esteve “naquele mato de Angola, húmido e quente”, no aquartelamento de Zau Évua, entre 1969 e 1971.

José Niza fora destacado para o contexto da guerra no Norte de Angola como médico. “Uma guerra onde o médico e o capelão eram os terapeutas do espírito mais ou menos primário e sempre psicologicamente descompensado, daqueles mancebos que, por exclusivas razões de idade, foram incumbidos de defender a Pátria contra o fluir da História”. Segundo afirma, “na consulta havia sempre mais gente que na missa”, a única excepção era a missa de Natal.

 

Das cartas enviadas à mulher, foram retirados extractos que são apresentados nesta obra como páginas de um suposto diário. A 17 de Julho de 1969 Niza escreveu: “Chegou cá a notícia de que o Salazar está muito mal, que está mesmo a morrer. Aliás, ele já morreu há dois anos. A certidão de óbito é que está atrasada”.

 

Noutro passo, com data de 10 de Dezembro de 1970, dá conta dos presentes de Natal que os militares ali destacados receberam, enviados pelo Movimento Nacional Feminino (MNF): “Um pacote de amêndoas, o que dará uma por cada soldado; meia dúzia de lâminas de barbear; o que dará uma lâmina por cada caserna; e ainda meia dúzia de pastas de dentes, o que só dará para os desdentados”.

 

“Apeteceu-me escrever à Cilinha [Cecília Supico Pinto, líder do MNF] a agradecer a amêndoa que me coube. E, como deixei crescer a barba, vou oferecer a minha parte da lâmina a quem necessitar”.

 

Há também excertos mais íntimos, e até confessionais, como a que escreveu a 6 Julho de 1970, dirigindo-se à mulher: “Gostar de ti é uma vocação, um modo de vida, uma ocupação permanente, uma invenção de sonhos, uma antecipação do tempo que há-de vir. Estás presente. Amo-te em full time”.

 

José Niza, autor de temas como “E depois do adeus”, foi médico psiquiatra, compositor e deputado e autarca do Partido Socialista em Santarém, onde durante dois mandatos presidiu à assembleia municipal. Residia em Perofilho, nos arredores de Santarém.

Como músico trabalhou com Janita Salomé, Tonicha, Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira e Carlos do Carmo, entre muitos outros, tendo, como autor, vencido quatro festivais RTP da Canção.

 

 

 

 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Jose Niza - Golden Gate - um quase diário de guerra

Transcrevemos na parte que interessa o email recebido da viuva do nosso antigo camada – José Niza –  médico do nosso batalhão.
 Fizemos um pedido para transcrever parte do seu livro – Golden Gate – um quase diário de guerra e aqui fica a resposta.
 "Fiquei muito sensibilizada com o seu e-mail pela forma como se refere ao meu marido, que me mostra que ele não foi esquecido por aqueles (alguns, pelo menos) que com ele passaram aqueles inesquecíveis e dolorosos anos de guerra em Angola.
 Acho muito interessante a sua intenção de escrever sobre esse tempo, para que esses factos não vão desaparecendo com o passar do anos e ninguém melhor do que quem os viveu e a eles assistiu para os relatar.  
 Claro que o autorizo a transcrever o que quiser do livro do meu marido, tenho até muito gosto nisso e deixo a escolha das passagens ao seu critério.
 Agradeço muito ter-se lembrado de me oferecer o troféu de comemoração dos 45 anos do vosso embarque. Terei muito prazer em o receber e o guardar com todo o carinho em memória do meu marido que, se cá estivesse, tenho a certeza celebraria essa data com todos os seus companheiros com muito amizade e emoção."