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sábado, 19 de agosto de 2006

O som . . .


Vamos recordar hoje, um som.

Um som que sempre teve um significado muito especial.

Quem passou por África, por esta ou aquela razão, tem sempre na mente, a medida exacta do significado de alguns sons.

Quem passou pela guerra, passou a ter um outro sentir pelo som.

Nas picadas, nas nomadizações, nas emboscadas, nos momentos de pausa no mato, para as refeições, para descanso ou para dormir, cada som parecia ter o seu significado próprio, que bulia, e, fazia crescer a adrenalina em cada um de nós, criando sempre a expectativa de um qualquer eminente acontecimento.

A ausência de som, também tinha o seu significado.

No entanto, havia um, que criava assim como que, uma efervescência, tipo Alka Seltzer, nos nossos sentimentos.

A expectativa criada era tamanha, que fazia deslocar os nossos pensamentos para um imaginário tão distante quanto a mente humana possa atingir.

Esse som fazia despertar a curiosidade, a expectativa, a comparação, o receio, o medo.

Com o seu aproximar, toda a efervescência interior se ia dissipando, passava-se daquela primeira expectativa para uma outra, em que a capacidade física se sobrepunha à mental.

A origem do som, poderia ser a mesma, mas, não ser aquela que de momento nos seria a mais conveniente. Se assim acontecesse, a tristeza abalava o nosso coração.

Quando a vista vislumbrava o avião que trazia o correio, então uma outra esperança estava criada.

A de ter correio.

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